Fonte: Rede Sul
Homem de 65 anos fica ferido em capotamento na BR-163.
Um acidente foi registrado no final da manhã desta segunda-feira (04), em Capanema. Uma camionete Fiat/Strada Working conduzida por um homem de 65 anos capotou por volta das 11h45 na rodovia BR-163.
O condutor teve ferimentos moderados, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros de Capanema e encaminhado a casa hospitalar.
A Polícia Rodoviária Federal registrou a ocorrência.
Fonte: PPnews.
Toque no corpo feminino sem autorização é violência sexual,
mostra pesquisa.
Pesquisa efetuada pelo Instituto Locomotiva entre os dias 15 e 20 de agosto, com 2.030 mulheres e homens, em 35 cidades brasileiras, apurou que 94% avaliam que uma mulher ser “encoxada” ou ter o corpo tocado sem a sua autorização é uma forma de violência sexual.
O presidente do instituto, Renato Meirelles, analisou que “um juiz pode achar que não é violência sexual, mas 94% acham que é. E não estamos falando nem em ejacular”, observou. A pesquisa foi divulgada hoje (4).
Meirelles lamentou que esta é uma realidade muito presente no dia a dia das brasileiras. De acordo com a pesquisa, somente este ano 13,7 milhões de mulheres externaram terem sido “encoxadas” ou tiveram o corpo tocado sem autorização, o que representa 17% do total de mulheres adultas do país. Este número é ainda maior (20% do total) entre as jovens, na faixa etária de 18 a 34 anos.
Trinta e cinco por cento dos brasileiros adultos, ou o correspondente a 84 milhões de pessoas, conhecem uma mulher que foi beijada à força no último ano, o que também constitui violência sexual. A pesquisa mostra que 23% das mulheres (17,8 milhões de mulheres) foram ameaçadas por algum homem este ano.
“É importante entender que isso sempre existiu no Brasil. A questão é que agora as mulheres estão mais cientes dos seus direitos, por um lado, e por outro lado, tem as redes sociais que funcionam como denúncia e isso acaba criando uma pressão popular para que as autoridades sejam mais rigorosas no cumprimento da lei”, comentou Renato Meirelles.
Ele disse que a lei tem que ser expressão da sociedade. Nos casos recentes em que dois homens ejacularam em mulheres dentro de coletivos, em São Paulo e no Rio de Janeiro, na última semana, Meirelles analisou que ou a violência praticada foi interpretada de forma errônea pelo juiz ou ela não está em sintonia com a vontade da sociedade.
A pesquisa pretende provocar o debate na população sobre o tema para mostrar que atos como os que aconteceram nesses ônibus não são exceção, mas são a regra do dia a dia brasileiro. “As mulheres são mais vítimas de abusos e de machismo do que se pode imaginar”, apontou. Completou que não se trata de um ato isolado. “É um ato contínuo”.
Fonte: CGN.
Delação da JBS será investigada e pode ser cancelada, diz Janot.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez um pronunciamento na noite desta segunda-feira (04) para informar que determinou a abertura de investigação para apurar a omissão de informações no acordo de colaboração premiada firmado por três dos sete delatores da JBS: Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva. A delação dos empresários foi fundamental na abertura de inquérito contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), por suspeitas de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Segundo Janot, caso comprovadas as ilegalidades, o acordo poderá ser rescindido e os benefícios dos delatores poderão ser revistos ou cancelados. As provas já apresentadas, porém, não serão invalidadas e continuarão sendo usadas nas investigações já em andamento e na apresentação de eventuais denúncias.
"Determinei hoje a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre práticas de crime no processo de negociação para assinatura do acordo de colaboração premiada da JBS", declarou Janot.
Ele não deixou claro quais foram os crimes constantes nos áudios, mas admitiu que entre os nomes citados entre os possíveis praticantes de atos ilícitos está o do ex-procurador da República e ex-braço direito do próprio Janot, Marcelo Miller.
Um dos áudios, uma conversa entre Joesley Batista e um dos executivos e delatores da BS, Ricardo Saud, traz, segundo a Procuradoria, "elementos que necessitam ser esclarecidos". "Exemplo disso é o diálogo no qual falam sobre suposta atuação do então procurador da República Marcello Miller, dando a entender que ele estaria auxiliando na confecção de propostas de colaboração para serem fechadas com a Procuradoria-Geral da República. Tal conduta configuraria, em tese, crime e ato de improbidade administrativa", diz texto divulgado pela PGR.
"Os áudios sugerem atos ilícios graves na Procuradoria e no Supremo Tribunal Federal", disse Janot, citando Miller, mas sem mencionar quais seriam os problemas no Supremo. "Se meu ex-colega praticou algum ato ilícito, não interfere nas denúncias que eu pretendo oferecer ou não."
Segundo Janot, caso a investigação comprove que os delatores omitiram fatos importantes ao assinarem a colaboração premiada, o acordo será invalidado, e os benefícios dos executivos, cancelados. Entre os benefícios concedidos a Joesley e Wesley Batista está a imunidade processual, ou seja, os delatores não seriam processados pelos crimes delatados.
"Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada poderá ser rescindido. Poderá chegar à rescisão", destacou o procurador".
Apesar da investigação, Janot fez questão de frisar que, ainda que o acordo de colaboração possa ser cancelado, nenhuma prova já apresentada poderá ser invalidada. Isso quer dizer que os áudios já utilizados pela PGR para abrir investigações contra políticos como o presidente Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) continuarão tendo validade.
Rodrigo Janot
Rodrigo Janot afirmou que é a primeira vez que um acordo de colaboração passa por investigação com essa dimensão, que pode levar à rescisão, mas defendeu o "instituto" da delação premiada.
"A eventual rescisão não desqualificará o instituto. Será mostra de que não se pode ludibriar o Ministério Público e o poder Judiciário", disse ele. "Se os executivos da JBS eventualmente erraram, pagarão por isso, mas nem por isso pagará o instituto, que deve ser preservado".
O procurador afirmou que os próprios colaboradores entregaram espontaneamente na última quinta-feira (31) quatro áudios. Das gravações, a terceira foi avaliada por Janot como "exótica", em que os colaboradores, aparentemente, não sabiam que estavam gravando eles mesmos. "É uma conversa franca e de linguagem livre entre dois colaboradores. Temos que entender quais são essas conversas e referências que eles fizeram", comentou.
Janot explicou que o conteúdo dos áudios será submetido ao ministro do STF Edson Fachin, relator da delação da JBS no Supremo. Além disso, os delatores serão chamados à PGR ainda nesta semana para prestar esclarecimentos.
Quem é Marcelo Miller
O ex-procurador Marcelo Miller integrou o grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) entre 2014 e 2016, como ex-assessor de Janot. Após deixar o MPF, ele foi contratado em maio deste ano pelo escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe, que representou a J&F durante parte das negociações do acordo de colaboração premiada. Um mês depois, saiu do escritório de advocacia, do qual era sócio.
No fim de junho, Miller foi citado pelo presidente Michel Temer em pronunciamento oficial. Temer disse que "um assessor muito próximo ao procurador-geral da República [Rodrigo Janot], senhor Marcelo Miller, homem de sua mais estrita confiança" abandonou o MPF para "trabalhar em empresa que faz delação premiada com o procurador-geral".
O presidente disse ainda que Miller "ganhou milhões em poucos meses", garantindo "ao seu novo patrão um acordo benevolente, uma delação que o tira das garras de Justiça, que gera uma impunidade nunca antes vista".
Após as acusações de Temer, Miller afirmou que "não cometeu nenhum ato irregular" desde que deixou a PGR.
O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ) abriu no fim de junho um processo de apuração formal para avaliar a conduta do ex-procurador.
Miller não foi localizado pela reportagem para comentar a abertura de investigação.
Richa chama delator de "criminoso contumaz", em coletiva à imprensa
“Criminoso contumaz”. Foi assim que o governador Beto Richa se referiu ao dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que o acusa de utilizar recursos desviados de obras de escolas no Paraná para bancar suas campanhas políticas. Na delação, Souza disse também que o dinheiro beneficiaria a campanha de Pepe Richa, e de Marcello Richa, irmão e filho do governador, respectivamente.
O governador concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta segunda (04), em Curitiba, quando informou que vai mover um processo judicial contra o delator. “Nunca estive com ele, nunca pedi nada para ele, nunca autorizei ninguém que pedisse alguma coisa para ele”. Beto Richa estava acompanhado pela esposa Fernanda Richa “Ninguém vai mexer com a honra da minha família impunemente. Vou cobrar na Justiça os meus detratores”, afirmou.
O governador nega as acusações e diz que a delação é uma “narrativa fantasiosa”. Até agora Souza não apresentou nenhum documento que comprove as suas acusações.
“Ele inventou uma historinha, uma narrativa envolvendo políticos do Estado e o governador, que sou eu, para conseguir a liberdade. E conseguiu. Nesse primeiro momento ele se deu bem”, afirmou.
Segundo o governador, a Secretaria Estadual de Educação fez uma sindicância para apurar o caso e, posteriormente, a Polícia Civil entrou nas investigações e os envolvidos foram exonerados.
Richa contestou todas as informações de Souza em relação aos aditivos “Eu sou a 12.ª pessoa a aprovar esses aditivos. Passa pelos fiscais do órgão responsável, pelo engenheiro, pelo diretor, pelo superintendente, vem para a Casa Civil, passa pelo mesmo circuito e aí vem para eu assinar”,.
Quanto a possível eliminação de provas, Richa também nega. Souza disse que houve reunião na casa do governador, entre Richa e o então diretor da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) Maurício Fanini, para discutir repasses a serem feitos via caixa dois. O encontro teria ocorrido a 45 dias da eleição de 2014, para levantar R$ 32 milhões, por meio do esquema, para “fazer a campanha” de Richa.
Para vencer as licitações, o empresário disse ter sido orientado a apresentar propostas com “descontos agressivos”. Posteriormente, os contratos com a Valor receberam sete aditivos, que somaram R$ 6 milhões. Por meio desses acréscimos é que os dois esperavam chegar aos R$ 32 milhões.
“Isso é uma mentira, na medida em que apreenderam no celular, no notebook do iPad do Fanini, fotos minhas com ele em uma viagem ao exterior”, disse o governador.
A delação não foi homologada pela Justiça.