Quadrilha que vendia chips de celulares com os CPFs de outras pessoas é presa.
O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) desarticulou, nesta segunda-feira (12), uma quadrilha especializada em venda de chips de celulares registrados em Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) de terceiros. De acordo com a polícia, há indícios de que o esquema facilitaria a ação de criminosos, inclusive de detentos tentam usar celulares dentro do sistema prisional para comandar quadrilhas. Um dos presos confessou saber que os chips com CPFs de terceiros eram utilizados por traficantes e até por presidiários.
Foram presos em flagrante Alexsander Michel Thibes da Silva, 18 anos; Kauane Faria Dias da Costa, 20 anos; Margarete Xavier Ramos da Silva, 44 anos; e Rosicleia de Oliveira Garcia, 37 anos. Eles foram autuados por falsidade ideológica e associação criminosa.
Segundo o delegado Matheus Laiola, investigadores receberam a informação de que havia um esquema criminoso envolvendo funcionários da empresa, localizada na Rua Emiliano Perneta, em Curitiba. Eles vendiam chips de uma grande empresa de telefonia celular utilizando CPFs em nome de terceiros, sem o conhecimento dos mesmos. “Imediatamente determinamos que uma equipe de investigadores apurasse a denúncia. E a suspeita se confirmou”, contou Laiola.
Os policiais civis foram até o Terminal do Sítio Cercado, onde há venda de chips telefônicos. Próximo ao terminal, na Rua Tijucas do Sul, foi avistado um casal vestindo roupas com identificação da empresa de telefonia. Em abordagem, os policiais identificaram o casal Alexsander Michel Thibes da Silva e Kauane. Dentro das mochilas deles havia diversos chips. Eles disseram que vendiam chips previamente cadastrados. Em seguida, os investigadores foram até o Terminal do Pinheirinho, onde foi abordada Margarete, que também estava com diversos chips telefônicos, bem como uma listagem contendo números de CPFs.
O trio foi levado para o Cope. Lá, os presos confessaram que vendiam chips de celular já cadastrados em nome de terceiros e que faziam isso a mando de superiores, responsáveis pela empresa, visando “atingir metas” da empresa telefônica. “Eles disseram que os supervisores possuíam listas de CPFs para estes cadastramentos. Contaram também havia a participação de supervisoras no esquema, o que levou os investigadores até o Terminal do Capão Raso, onde foi localizada mais uma suspeita, Rosicleia, a “Rose”. “Na casa dela, os investigadores localizaram cerca de 1,5 mil chips, a maioria já cadastrado em nome de terceiros, e lista contendo números de CPFs”, salientou o delegado, destacando que solicitou ao Poder Judiciário a conversão da prisão em flagrante dela em prisão preventiva.
Interrogatórios
Em interrogatórios, todos confessaram a prática delitiva, contando detalhes do modus operandi imposto pelos responsáveis da empresa. Os autuados informaram que faziam estas manobras criminosas de maneira estável e permanente.
“Contaram ainda que às vezes a venda destes chips em nome de terceiros se dava para ‘biqueiras’, que são pontos de vendas de drogas, já que os traficantes não podem utilizar um chip em seus nomes”, lembrou o delegado, destacando que os presos disseram saber que o que faziam era errado, inclusive que estes chips poderiam ser utilizados por presos dentro dos presídios.
Outros responsáveis já foram identificados e a polícia está analisando medidas judiciais cabíveis em relação a eles.
Fonte : Banda B