Comando da PM exige que Francischini assuma responsabilidade do ataque aos professores.

O Comando da Polícia Militar elaborou uma carta endereçada ao governador Beto Richa, exigindo que o secretário de Segurança, fernando Francischini assuma a responsabilidade sobre operação da PM que culminou em 2013 feridos, no último dia 29 de abril, em frente à Assembleia Legislativa.
A PM usou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, cães de guarda e cassetetes para não deixar os professores entrarem na Assembleia. Na coletiva do último dia 4 de maio, o secretário Francischini se eximiu de qualquer responsabilidade sobre as consequências da operação, apontando o comando da PM como único responsável.
Esta atitude enfureceu o comando da Polícia Militar, que elaborou este documento para demonstrar o repúdio à atitude do secretário. O governador decidiu manter Francischini no cargo, mas o documento prova que ele não tem mais a confiança da PM, requisito indispensável para comandar a corporação.
Veja a íntegra da carta:
Veja abaixo a íntegra da carta.
CARTA AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ
O Comando da Polícia Militar do Paraná, instituição sesquicentenária que labuta diariamente em prol da segurança pública do Estado do Paraná, cumprindo incansavelmente a sua missão constitucional, vem perante Vossa Excelência manifestar o seu repúdio às declarações atribuídas pela Imprensa ao Secretário de Estado da Segurança Pública, em data de 04 de maio de 2015 – e até agora não desmentidas – as quais atribuem única e tão somente à PMPR a responsabilidade pelos fatos ocorrido em 29 de abril de 2015, quando da manifestação dos professores, pelos fundamento abaixo delineados.
a) A Polícia Militar do Paraná esteve presente no dia 29 de Abril de 2015, cumprindo o seu papel constitucional de preservação da ordem pública, no intuito de garantir a ordem pública e impedir uma possível invasão à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, em atendimento ao interdito proibitório expedido pela Justiça paranaense, devidamente comandada, com planejamento prévio e ciente dos desdobramentos que poderia advir.
b) Que o Senhor Secretário de Segurança Pública foi alertado inúmeras vezes pelo comando da Tropa empregada e pelo Comandante-Geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação e que mesmo sendo utilizadas as técnicas internacionalmente reconhecidas como as indicadas para a situação, pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido vítimas manifestantes e policiais militares empregados na operação.
c) Que imediatamente após os fatos foi determinada a abertura de Inquérito Policial Militar para a apuração dos possíveis excessos, no sentido de serem responsabilizados todos os que tenham dado causa aos mesmos.
d O que não se pode admitir em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus Oficiais e Praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável ou leviana, por não ter sido realizado um planejamento, ou mesmo que tenha sido negligente durante a operação, pois todas as ações foram tomadas seguindo o Plano de Operações elaborado, o qual foi aprovado pelo escalão superior da SESP, tendo inclusive o Senhor Secretário participado de diversas fases do planejamento, bem como é importante ressaltar que no desenrolar dos fatos o Senhor Secretário de Segurança Pública era informado dos desdobramentos.
e) O Comando e os demais integrantes da Corporação deixam claro a Vossa Excelência que nunca deixarão de cumprir o seu juramento desempenhar com honra, lealdade e sacrifício de sua própria vida, as suas obrigações, na defesa da Pátria, do Estado, da Constituição e das Leis.
Curitiba, R, 5 de Maio de 2015.
Cel. QOPM Cesar Vinícius Kogut,
Comandante-Geral da PMPR
Fonte ; Paraná Online