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Arma de fogo é apreendida pela polícia militar em pitanga.
Revólver calibre .38 é apreendido pela Polícia Militar de Pitanga. Em data de 02 de agosto de 2020, a equipe da ROTAM deslocou até a localidade de Rio Vorá, onde segundo denuncia, um masculino de 20 anos estaria nos últimos dias ameaçando seus pais com arma de fogo. No local foi apreendido um revólver calibre. 38 marca Taurus com 5 munições intactas. O masculino juntamente com a arma de fogo, foram encaminhados para a 45 Delegacia de Polícia Civil de Pitanga para providências.
Fonte: Polícia Militar.
Posse irregular de arma de fogo no pinhão.
Por volta das 18h30min do dia 02 de agosto de 2020, a equipe recebeu ligação anônima,
relatando que um indivíduo trajando jaqueta preta, calça escura e chapéu preto, estaria
transitando em via pública, na Rua Expedicionário Amarilio Recanto Verde, mostrando uma
espingarda. A equipe deslocou ao referido bairro, logrando êxito em abordar a pessoa com
as características repassadas, sendo pum homem, 35 anos. Em revista pessoal, nada de
ilícito foi encontrado, sendo questionado sobre a denúncia, ele negou possuir algum tipo de
arma de fogo. Foi encontrado pela equipe um frasco contendo pólvora e um frasco contendo
espoletas. Em continuidade às buscas, foi encontrada em baixo do assoalho da residência
uma espingarda calibre. 36, sem marca aparente com um cartucho não deflagrado, pronta
para uso. Diante do fato, foi dada voz de prisão à pessoa e, neste momento ele empreendeu
fuga por trás da residência, saltando por uma cerca de arames, vindo a cair e sofrer algumas
escoriações leves, se negando a obter atendimento médico. A pessoa , juntamente com a
arma, foi encaminhado para a delegacia de polícia civil de Pinhão para os procedimentos
cabíveis.
Fonte: Polícia Militar.
Lesão corporal e violência doméstica é registrada no turvo.
Por volta das 22h10min do dia 02 de agosto de 2020, durante patrulhamento pela Rod. PR
470, localidade Dodge, a equipe foi abordada pela senhora, 37 anos, a qual relatou que teria
sido agredida pelo seu marido, 37 anos,, que na data de hoje, havia lhe agredido com socos
e empurrões, vindo inclusive a rasgar suas roupas. Deslocado até a casa do casal, dada voz
de prisão ao homem, sendo então encaminhadas ambas as partes para a 14ª SDP para
procedimentos cabíveis.
Fonte: Polícia Militar.
Tragédia na BR-277: Eu acho que matei um monte de pessoas,
afirma motorista de caminhão em áudio de Whatsapp.
Um áudio do motorista de caminhão que se envolveu em um grave acidente na noite de ontem, domingo (02), na BR-277, retrata os momentos de aflição, após o trágico fato.
Eram aproximadamente 22h, quando o motorista do caminhão atingiu vários veículos na rodovia, após não visualizá-los, em razão da neblina.
Sete mortes foram confirmadas no local do acidente, duas pessoas foram encaminhadas a Hospitais em estado grave e aproximadamente 30 pessoas ficaram feridas.
Logo após o acidente, o motorista encaminhou o áudio em um grupo de Whatsapp, sendo que a mensagem se espalhou rapidamente.
“Gente do céu eu to aqui na 277, Uma neblina. Eu acho que matei um monte de pessoa. Meu Deus do Céu. Tinha um Transito Parado, nevoeiro não pra fazer nada. Me ajude, o que eu faço agora!? Meu Jesus amado, morreu um monte de gente aqui”, relatou.
Segundo informações da PRF, 21 veículos se envolveram na colisão e o local parecia cena de guerra.
As equipes do IML da Região Metropolitana de Curitiba tiveram grande trabalho para fazer a remoção dos corpos.
Fonte: Brasil Urgente de Curitiba.
Jovem de 21 anos é assassinado a tiros.
Um jovem de 21 anos foi morto com disparos de arma de fogo na noite deste domingo (2), em São Miguel do Iguaçu.
O fato foi registrado por volta das 21h30, na Rua JK de Oliveira, no Bairro São Cristóvão.
Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros foram acionados para atender a ocorrência, porém quando os socorristas chegaram ao local, nada puderam fazer, além de constatar o óbito do jovem. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o jovem foi identificado como sendo I. G. R. D. S., de 21 anos.
O local foi isolado pela Polícia Militar e a Criminalística e o IML foram acionados para a perícia no local e remoção do corpo para os exames de necropsia.
Fonte: Guia Medianeira com foto do Portal Costa Oeste.
Dois homens e uma mulher são presos por ‘delivery’ de drogas.
Dois homens, de 26 e 45 anos, e uma mulher, de 19 anos, foram presos suspeitos de tráfico de drogas, no início da madrugada deste domingo (2), no Residencial Orlando Bacarin, em Apucarana. Com eles foram apreendidos cocaína, maconha e dinheiro. A Polícia Militar ainda apurou que os traficantes faziam delivery de drogas na cidade, ou seja, entrega de drogas a domicílio.
Segundo a polícia, uma denúncia levou uma equipe até uma casa onde os suspeitos, os jovens de 26 e 19 anos, estavam. Ao perceber a presença da polícia, um dos suspeitos ainda tentou se esconder as drogas, contudo os policiais perceberam.
A PM apreendeu 22 buchas de cocaína embaladas, um pote de metal com 20 gramas de maconha, dinheiro, balança de precisão. No momento da ocorrência apareceu um homem de 45 anos ameaçando a equipe. Todos foram encaminhados para a delegacia.
Fonte: TN Online.
Homem morto é encontrado pelo filho e pegadas levam ao criminoso.
A Polícia Civil de Londrina, conseguiu a confissão de um suspeito, horas depois da ocorrência de assassinato registrado no distrito de Lerrovile, neste sábado (01). Foi o próprio filho da vítima que encontrou o corpo com vários sinais de esfaqueamento. A polícia esteve no local e encontrou duas facas na cena do crime, além de pegadas de sangue ao lado do corpo.
Com as evidências registradas, as armas brancas e as marcas de sangue no chão, os agentes ao investigarem suspeitos encontraram um homem caminhando pela rodovia e compararam a sola do calçado dele – uma bota – com a foto tirada das pegadas de sangue.
Segundo os investigadores, as pegadas foram essenciais para resolver o caso. Eles perceberam ser compatíveis os sinais do suspeito com o que ficou ao lado do morto e ele foi questionado sobre o fato.
Com as informações do solado da bota no crime e o calçado nos pés, depois de tentar negar ter cometido o homicídio, o suspeito de 24 anos de idade acabou confessando o crime. Ele disse que ambos estavam ingerindo bebida alcoólica quando teriam se desentendido porque, de acordo com o preso, a vítima teria tentado manter relações sexuais com ele e por ter se negado, atacou o homem de 54 anos.
Fonte: CGN.
Motorista de Kadett com placas de Cascavel morre em colisão
frontal na BR-163.
Um grave acidente de trânsito foi registrado na tarde deste domingo (02) na rodovia BR-163, em Capitão Leônidas Marques, município que divide as Regiões Oeste e Sudoeste do Estado.
A colisão frontal envolveu um Kadett com placas de Cascavel e um Astra com placas de Capitão Leônidas Marques.
Com o acidente, o motorista do Kadett morreu na hora, sendo que a pessoa que estava no banco do passageiro ficou em estado grave.
O helicóptero do Paraná Urgência, que é controlado pelo Consamu, deslocou ao endereço para prestar atendimentos às vítimas.
Outras ambulâncias do Samu de Capitão Leônidas Marques também foram acionadas e encaminharam duas vítimas do Astra para o Hospital local.
Após o resgate, a pessoa que estava no banco do carona do Kadett, um homem de 64 anos, foi encaminhada ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná.
Com o impacto, um dos sentidos da rodovia ficou completamente interditado.
A Polícia Rodoviária Federal foi acionada para controlar o fluxo de veículos e registrar o acidente.
O IML (Instituto Médico Legal) de Cascavel foi mobilizado para fazer o recolhimento do corpo. A vítima do Kadett, seria de Capitão Leônidas Marques, apesar do carro ter placas de Cascavel.
Veículo sai da pista e atinge árvore às margens da PR-497.
Um acidente foi registrado na PR-497, em Missal (PR). O condutor de um Omega, com placas de Medianeira, colidiu contra uma árvore às margens da rodovia.
O SAMU foi acionado para prestar atendimento e constatou ferimentos leves no homem de 32 anos. Ele foi encaminhado para o Hospital Nossa Senhora de Fátima em Missal e posteriormente para o Hospital de Medianeira para realização de exames.
A 3ª Cia da Polícia Rodoviária Estadual, posto de Santa Helena, fez exame etilométrico e constatou 0,94 mg/L (miligramas de álcool por litro de ar expelido), configurando crime de trânsito.
Após atendimento médico o condutor foi encaminhado à Delegacia da Polícia Civil para lavratura do auto de prisão em flagrante pelo delito de embriaguez ao volante.
Fonte: Costa Oeste News.
Empresa ligada a conselheiro ganha contratos do BNDES.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, entre dezembro de 2019 e fevereiro deste ano, três contratos de consultoria com o consórcio do qual faz parte a G5 Partners Consultoria e Participações, no valor total de R$ 9,7 milhões, para fazer a modelagem de privatizações ou venda de participação em estatais que o governo Jair Bolsonaro planeja realizar.
O vencedor dos pregões eletrônicos tinha como um dos seus sócios, Marcelo Serfaty, presidente do Conselho de Administração do BNDES.
O empresário continua vinculado com a G5 Partners. Eles são sócios na G5 Gestora de Recursos, da qual Serfaty detém 49,5% do negócio e segue como membro de comitê de investimentos. Essa empresa gerencia patrimônios privados. A G5 Partners tem 49% do negócio.
Documentos aos quais o Estadão teve acesso mostram que a área de integridade, controladoria e gestão de riscos do banco alertou sobre potencial conflito de interesses e pediu que o vínculo de Serfaty com a G5 fosse analisado pelo Comitê de Ética da instituição, o que não ocorreu. O banco enviou o caso para análise da Controladoria Geral da União (CGU), que ainda não se posicionou.
O consórcio da G5 Partners ganhou a licitação para dar consultoria na privatização/participação dos aeroportos de Guarulhos, Galeão, Brasília e Confins no dia 4 de dezembro de 2019; da Casa da Moeda em 22 de janeiro deste ano; e da Ceagesp e Ceasa Minas em 21 de fevereiro. Quando ingressou no BNDES, a G5 Partners já disputava dois dos pregões (Casa da Moeda e da Infraero). Serfaty disse que não tinha conhecimento disso porque era “um sócio irrelevante”.
No anúncio do pregão dos aeroportos, Serfaty também tinha vínculo com a G5 Tecnologia de Segurança e Participações. Ele se desligou dela em 10 de janeiro deste ano. Segundo o empresário, a G5 Tecnologia é uma investida de um fundo e não uma empresa do conglomerado G5 Partners.
Em relatório de análise da nomeação do empresário para o conselho administrativo do BNDES, apresentado à diretoria do banco no dia 1.º de novembro do ano passado, o Comitê de Elegibilidade da instituição destacou que Serfaty era sócio-fundador da área de Private Equity da G5 Partners e detinha participação de 50% na G5 Gestora de Recursos. “É de relevo ademais destacar que, no tocante à G5 Gestora de Recursos, o indicado, que detém metade do capital social, permanecerá no comitê de investimento da sociedade”, afirma o relatório.
“Apesar de não haver concorrência direta entre as instituições e o Sistema BNDES, o papel relevante desse último na economia aponta para um potencial conflito de interesses, especialmente em decorrência da atuação da BNDESPar”, registrou ainda o documento.
Na ocasião, o comitê orientou para que, caso a Assembleia-Geral do BNDES decidisse nomear o empresário como integrante do conselho, “os conflitos ora apontados” fossem levados ao Comitê de Ética do BNDES para se avaliar “eventuais recomendações acerca das situações de conflito que julgar necessárias”.
O Comitê de Ética do BNDES afirmou ao Estadão não ter competência para realizar análises sobre conflitos de interesse em potencial. A questão, informou, foi encaminhada à Controladoria-Geral da União (CGU).
Setores. Pelos contratos firmados com o BNDES, a G5 Partners vai elaborar, por meio de um consórcio de três empresas parceiras, modelos de venda da Casa da Moeda do Brasil, da Ceagesp, da Ceasa Minas e de participação dos aeroportos de Guarulhos, Galeão, Brasília e Confins. A companhia se apresenta como líder no mercado de fusões e aquisições no País. Entre seus clientes estão empresas que são potenciais interessadas em investimentos nas áreas de infraestrutura, transportes e empresas emergentes.
A indicação de Serfaty ao conselho foi analisada pelo Comitê de Elegibilidade, que tem como função avaliar a experiência profissional do candidato e decidir se o “notório conhecimento” apresentado é compatível com o cargo indicado, com salário de cerca de R$ 8 mil.
À instituição, Serfaty apresentou um currículo no qual informou ter doutorado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A mesma informação aparece no site do BNDES. Segundo a FGV, ele “cursou apenas as disciplinas”, sem apresentar a tese. “Eu fiz todas as cadeiras do curso de doutorado, mas não fiz tese. Eu precisava trabalhar porque eu precisava ganhar a vida, não é
”, justificou Serfaty. Ele afirma nunca ter informado no currículo ser doutor. O fato de ter doutorado não é condicionante para ele exercer o cargo no banco.
Legislação
Especialistas ouvidos pelo Estadão disseram que a relação do presidente do Conselho de Administração do BNDES com uma empresa contratada pelo banco indica conflito de interesses, previsto na Lei das Estatais, de junho de 2016, e no Código de Ética do BNDES.
Professora de Direito Administrativo da FGV-SP, Vera Monteiro analisou a nomeação de Serfaty e os contratos da empresa do conselheiro fechados com o BNDES. Vera identificou uma “série de situações” que, segundo ela, precisam “urgentemente” ser explicadas pelo banco para evitar perda de credibilidade da instituição no mercado. “A Lei das Estatais é clara ao dizer que não pode ser indicado como membro do conselho de uma estatal pessoa que possa ter qualquer forma de conflito de interesses com a própria empresa da qual é dono”, afirmou a professora da FGV.
Uma das principais autoridades do País na área de Direito Administrativo, Vera disse ainda que a “confusão” entre o público e o privado, no caso da indicação de Serfaty para o conselho, não deixa dúvida sobre a existência de conflito de interesses. “Qualquer conflito de interesses é um impedimento para atuação. Isso aqui não há dúvida”, aponta ela, sobre o fato de o empresário ter sido dono de uma consultoria que atende clientes com relações com o BNDES. “O BNDES precisa revelar a ausência de conflito de interesses, urgente. É um dever que decorre da Lei das Estatais. É um dever.”
O professor de Direito da Universidade Mackenzie e da Escola Superior de Advocacia (ESA) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo Flávio de Leão Bastos Pereira concorda. “Se o indivíduo passa a receber informações que possam lhe dar vantagem em negócios paralelos ou privados, evidentemente há conflitos de interesses”, ressaltou.
“Quem atua na função pública deve ter como foco a proteção e a tutela do patrimônio público. Se a pessoa passa a ter ganhos particulares, cabe ao Ministério Público e órgãos de controle averiguar”, disse.
Por meio de sua assessoria, o BNDES disse que Marcelo Serfaty deixou de ser sócio da G5 Partners Consultoria e Participações antes de tomar posse no Conselho de Administração da instituição, em 20 de novembro. Registro da Junta Comercial de São Paulo aponta, no entanto, que o empresário estava oficialmente na empresa pelo menos até o dia 27 daquele mês. O banco afirmou ainda que um eventual conflito de interesses no caso da atuação de Serfaty está sob análise da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo a instituição, o Comitê de Ética do BNDES tem competência para realizar análises sobre conflito de interesses “somente a partir de casos concretos”. “A questão foi encaminhada à Controladoria-Geral da União para apreciação. Até o momento, não houve resposta da CGU.”
Conforme o banco, “os contratos celebrados pelo Sistema BNDES com a G5 Partners decorrem de processo de licitação, na modalidade de pregão eletrônico, em conformidade com a legislação em vigor”. Disse também que a aprovação dos contratos não são atribuição do Conselho de Administração do BNDES.
Em relação à sociedade do empresário em empresa do conglomerado G5 Partners, o BNDES disse que Serfaty não figurava mais como “sócio ou administrador”. Documento enviado pelo próprio empresário confirmou, porém, que ele foi sócio da empresa até 10 de janeiro.
Três perguntas para Serfaty
1.A G5 Partners tem entre clientes empresas de infraestrutura, energia e transportes, potenciais interessados na compra das estatais. Este fato não poderá ser alvo de questionamentos por parte de órgãos de fiscalização e controle?
Não sou sócio da G5 Partners e jamais tive qualquer ingerência ou acesso a quaisquer informações sobre negócios, clientes corporativos ou estratégia da referida empresa. Detinha até 31 de outubro de 2019 (a Junta Comercial de SP só registra a informação em 27 de novembro) participação simbólica no capital da referida companhia. Anteriormente, portanto, à minha posse no conselho do BNDES, em 20 de novembro. Caso questionado, estarei à disposição dos órgãos de fiscalização para prestar esclarecimentos que se façam necessários.
2. Comitê do BNDES alertou para “potencial conflito de interesses”. Como vê essas avaliação?
A G5 Gestora tem patrimônio de R$ 200 milhões sob gestão, sendo que investidos por meio de fundos em três empresas, sem qualquer relacionamento direto ou indireto com o Sistema BNDES. Não há qualquer relação também entre o Sistema BNDES e a G5 Gestora, entidade regulada e fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
3. O senhor foi procurado pelo Comitê de Ética?
Uma vez que todos os aspectos questionados foram minuciosamente esclarecidos ao Sistema BNDES, não houve qualquer demanda por parte do Comitê de Ética ou qualquer órgão de controle interno ou externo.
A três meses das eleições, SP tem cenário embolado e 12
pré-candidatos.
A três meses e meio do primeiro turno, a corrida pela Prefeitura de São Paulo já tem 11 pré-candidatos declarados. A disputa projeta neste momento o rompimento com a tradicional polarização PSDB x PT na cidade – os dois partidos disputaram o segundo turno três vezes entre 2004 e 2016. Indica também que não deverá haver, na capital paulista, a repetição do embate entre bolsonarismo e petismo que marcou a última eleição presidencial. Enquanto a direita conservadora busca os votos bolsonaristas, mas evita se associar ao presidente Jair Bolsonaro, a esquerda vê o PT isolado.
Para o cientista político Carlos Melo, professor do Insper, a campanha em São Paulo deve ser marcada pelo que ele chama de “antipolaridade”: o antipetismo de um lado e o antibolsonarismo de outro. “A direita quer o eleitor conservador anti-PT, mas sem se estigmatizar como eleitor anti-bolsonarista. Já na esquerda muita gente aposta no pós-Lula”, afirmou Melo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão, onde cumpria pena por corrupção e lavagem de dinheiro, em novembro e chegou a ser questionado por sindicalistas e aliados por não ter retomado o mesmo ritmo de atuação política, como mostrou o Estadão em janeiro.
Entre os postulantes, o pré-candidato do PRTB, Levy Fidelix, que comanda o partido do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, é um dos que se definem como bolsonarista. Ex-aliado do governador João Doria (PSDB), Filipe Sabará, do Novo, também elogia o governo federal, mas evita o rótulo de apoiador do presidente. “Vou defender as coisas boas e criticar as ruins do governo dele (Bolsonaro). Vou buscar os votos da direita raiz.”
Aliada de Bolsonaro até o ano passado, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) deve buscar o voto da direita que tem críticas ao presidente. A mesma postura deve ser adotada por Andrea Matarazzo, embora seu partido, o PSD, tenha indicado o ministro das Comunicações no mês passado. “Costumo dizer que buraco de rua não é de direita, de esquerda nem de centro, mas precisa ser tapado.”
No campo da esquerda, o PT escolheu o ex-secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto como pré-candidato e deve caminhar para a disputa mais isolada da história do partido. Até o PCdoB, satélite petista desde 1989, pela primeira vez vai ter candidatura na capital, com o deputado Orlando Silva.
Tatto é visto como um nome de pouca projeção – obteve apenas 6% dos votos na disputa por uma vaga no Senado em 2018. Apesar disso, o PT aposta em Lula para garantir votos. “O PT ainda tem a hegemonia da esquerda e Lula será o nosso grande cabo eleitoral”, disse o deputado estadual Enio Tatto, irmão do pré-candidato.
Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL, também acredita na influência de Lula, mas duvida de sua atuação na campanha. “Justamente pela dimensão da sua figura, não creio que ele vai entrar de cabeça nas disputas municipais, ainda mais onde a esquerda está dividida.”
Além de ser uma resposta à polarização política dos últimos anos, a dispersão de candidaturas pode ser explicada pelo fim das coligações, na avaliação do cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV. A regra permitia que partidos se unissem para ter mais chances de atingir o quociente eleitoral – número formado pelo total de votos válidos dividido pela quantidade de cadeiras na Câmara. Apenas legendas que atingem essa cota conseguem eleger vereadores. A partir da eleição de novembro, não haverá mais coligações. Por isso, partidos menores veem na possibilidade de lançar um candidato a prefeito a chance de puxar votos na Câmara Municipal.
“É até recomendável que partidos pequenos lancem um candidato próprio na disputa pela prefeitura, para atrair eleitores”, disse Teixeira.
A definição das candidaturas para comandar a maior cidade da América Latina ainda depende da realização das convenções partidárias. De acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alterado devido à pandemia do novo coronavírus, os partidos devem definir suas chapas entre 31 de agosto e 26 de setembro.
Escolha de vice pode tirar Covas do centro radical
A escolha do candidato a vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, pode mudar o equilíbrio de forças nas eleições da capital paulistana. Embora Covas já tenha defendido que seu partido deva ser “radical de centro”, sua campanha pode pender para um dos lados do espectro político a depender de quem for confirmado como vice.
Alguns aliados acreditam que as propostas de Covas o colocam na centro-esquerda. Essa narrativa pode ganhar força se o tucano escolher como vice a ex-prefeita Marta Suplicy (SD). Depois da fracassada reaproximação com o PT, Marta mantém conversas com Covas e com o ex-governador Márcio França (PSB), também pré-candidato à Prefeitura. O Solidariedade não descarta lançar Marta na cabeça de chapa, caso não consiga a aliança.
Outro possível candidato a vice é o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), candidato derrotado à Prefeitura em 2012 e 2016. O entorno de Covas também discute compor chapa com a senadora Mara Gabrilli ou o ex-deputado Ricardo Tripoli, ambos do PSDB.
A escolha do vice de Covas pode ter impacto em outras candidaturas, segundo o cientista político Carlos Melo, do Insper. Segundo ele, Marta tiraria votos da esquerda ao reivindicar avanços sociais do seu governo, como o Bilhete Único e os CEUs, enquanto Russomanno roubaria eleitores de candidaturas de direita que tentam se deslocar do presidente Jair Bolsonaro.
Por ser o atual prefeito, Covas é o alvo natural na campanha. Além da máquina municipal e o apoio do governador João Doria (PSDB), ele tenta consolidar um amplo tempo de TV. Até o momento, o prefeito tem a maior coalizão, com PSC, Podemos, Cidadania, DEM e PL.
Ex-governador
A proximidade entre Covas e Doria deve ser atacada pelo ex-governador Márcio França, pré-candidato pelo PSB. Nas eleições para o governo do Estado há dois anos, França perdeu o segundo turno para Doria. Contando-se apenas eleitores da capital, porém, França teve 58,1% dos votos, contra 41,9% do tucano.
Com apoio do PDT, França deve mirar o eleitor pragmático de esquerda e manter uma porta aberta para a direita anti-Doria. Ele deve repetir a estratégia já usada em 2018 de se aproximar de policiais militares. Quando foi governador, após Geraldo Alckmin (PSDB) deixar o Palácio dos Bandeirantes para concorrer à Presidência, França criou condecorações para policiais e escolheu uma ex-comandante da PM como sua candidata a vice.
Ao falar sobre o cenário eleitoral, França diz que a decisão de Marta Suplicy é um dos “principais componentes” de indefinição na campanha.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo.