Cunha busca apoio no STF para tentar anular incriminação na Lava jato.
— Pedro Ribeiro — Depois de festejar o rompimento com a presidente Dilma Rousseff, parece que bateu desespero no poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No final desta terça-feira ele se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para tratar do pedido para suspender a ação penal em que ele foi citado por Júlio Camargo, um dos delatores do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Sua intenção é tentar anular eventuais provas que possam incriminá-lo na operação que tem levado empresários e políticos para a cadeia. O gesto Cunha foi visto, nos bastidores do tribunal, como um ato de pressão sobre o presidente do Supremo. Lewandowski não perdeu tempo e já pediu informação ao juiz Sergio Moro sobre os depoimentos e, logo após receba o processo, deverá julgar a reclamação de Cunha. A reclamação diz respeito exclusivamente à autuação do juiz Moro. Já no que se refere à inquirição, quanto a fatos que dizem respeito ao deputado, já há um inquérito no Supremo, e esse inquérito é o local adequado para qualquer atividade instrutória própria, argumenta o advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza. Julio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões de propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Durante a oitiva, Camargo comprometeu-se a falar a verdade por ter assinado acordo de delação premiada. Após a divulgação do depoimento, Cunha voltou a negar que tenha recebido propina de Júlio Camargo.
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