Defensor público no Paraná ganha até R$ 41 mil
mensais
8 de
novembro de 2014 | Arquivado
em: Fotos,Paraná,Política,Últimas | Publicado por: JornalMeuParana
Defensores públicos do Paraná usam verbas indenizatórias para driblar
teto constitucional e receber super-salários que podem chegar até R$ 41 mil
mensais
Vencimentos de R$ 29 mil, R$ 30 mil,
R$ 37 mil e R$ 41 mil. São esses os rendimentos mensais, já chamados de
super-salários, dos defensores públicos do Paraná. No mês setembro, 76 do 78
defensores público tiveram rendimentos brutos acima do teto constitucional.
Esses pagamentos incluem a remuneração – que é igual para todos – e itens como
“outras remunerações”, “indenizações” e mais comissões por “função de confiança
ou cargo em comissão” para aqueles que as exercem. As revelações são da Gazeta
do Povo.
Segundo o artigo 37, inciso XI da
Constituição Federal, o teto dos defensores públicos equivale ao subsídio
recebido pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que
corresponde a 90,25% do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), ou seja, R$ 26,5 mil, já que os membros do STF recebem R$ 29,4 mil atualmente
No total, os adicionais, fazendo uma conta bruta, elevaram a massa
salarial dos defensores de R$ 800 mil para mais de R$ 3 milhões ao mês. Uma
diferença de mais de R$ 2,2 milhões. Não fosse o peso disso em si, parece haver
um desperdício, já que não há defensores suficientes no estado e o dinheiro a
mais poderia representar a contratação de mais 100 pessoas para a função.
O governador Beto Richa (PSDB), antes de viajar ao exterior, pediu
“rigor total” na apuração dos desvio e na investigação dos super salários e
classificou como “uma farra” os vencimentos recebidos pelos defensores
públicos. “A Defensoria esqueceu o espírito público e a transformou em uma
defensoria de super salários. Isso é uma farra e tem que acabar”, disse Beto
Richa.
O tucano considera “inaceitável” a rápida ascensão, sem amparo legal,
dos defensores públicos. “Estou perplexo com esses aumentos descabidos,
considero isso uma farra.” Para ele, o país como um todo passa por um momento
em que “é preciso ter austeridade”. “Não tenho conhecimento de outra categoria
que em menos de um ano teve [quase] 100% de aumento”, disse.
Ontem o controlador-geral do estado,
Carlos Eduardo de Moura, encaminhou um ofício à defensora pública-geral,
Josiane Fruet Lupion, com o pedido de uma série de explicações. Para isso,
requisitou a ela que encaminhe a ele, num prazo de cinco dias úteis, uma série
de documentos, como os contra-cheques de todos os defensores desde o ingresso
de cada um na defensoria; a discriminação das parcelas pagas a eles e seu
embasamento legal; os critérios aplicados para as promoções na carreira; além de uma cópia das atas das
reuniões do Conselho Superior da Defensoria Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.