Blog do Beto

MST invade nova área da Araupel e tensão cresce.

   

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) ampliou seus tentáculos e invadiu uma nova área nas terras da Araupel, em Quedas do Iguaçu, na madrugada de ontem. A ação do movimento começou por volta das 3 horas e se estendeu durante todo o dia com novas famílias chegando ao local conhecido como Pousada. O movimento disse que pretende colocar mil famílias no local que prometem lugar pela desapropriação para fins de reforma agrária. Segundo a Araupel, nove mil hectares de área produtiva foram tomados pelo sem-terra e os empregados da empresa estão proibidos de acessar o espaço.

Os sem-terra chegaram ao local em caminhões, carros e caminhonetes. Rapidamente eles tomaram conta do espaço que é utilizado pelos 1,2 mil funcionários da empresa para lazer e confraternizações. O local de festa que comporta mais de mil pessoas possui água potável, chuveiros, alojamento e cozinha. A Araupel teme que o espaço seja depredado assim como ocorreu na última ocupação realizada em 27 de maio.

A empresa diz que desde o ano passado quando o MST entrou em suas terras, os invasores já destruíram uma área de 1.427 hectares. A área ocupada ontem é uma das mais produtivas da empresa. Desde então a empresa já contabiliza R$ 9 milhões em prejuízo, principalmente com depredações.

A empresa disse ter filmado ontem um grupo de aproximadamente 150 pessoas em uma área próxima ao acampamento Hedeiros da Terra destruindo uma floresta jovem que iria abastecer a indústria futuramente. Os sem-terra estavam com machados foices e motosserras.

A ocupação ocorre na véspera de completar um ano da invasão em outra área da Araupel. No mês passado, Antônio Camargo de Maio, um dos líderes do acampamento ocupado em julho do ano passado, disse que haveria novas invasões na área.

De acordo com a Polícia Militar, apesar da ocupação não houve conflitos. Até o final da tarde de ontem o policiamento não havia sido reforçado. A polícia acompanha o caso, sem interferir.

O MST não esconde que uma decisão da Justiça Federal em Cascavel declarando nulas as terras da Araupel foi a principal motivação para as novas ocupações. A decisão de primeira instância ficou sem efeito a partir do momento em que a empresa recorreu. O sem-terra, no entanto, dizem que pretendem ocupar 100% das terras da Araupel que atualmente emprega 1,2 mil trabalhadores.

Assim como na ocupação do ano passado, a maioria dos invasores que ocuparam o novo espaço ontem pertence às famílias ligadas ao MST que possuem terras em assentamentos da região.

Fonte   CGN